quarta-feira, 17 de agosto de 2011


O amor de Espartilho

O espetáculo Espartilho, de José Antonio de Souza, com direção de Roberto Lage, está em cartaz no Espaço Parlapatões todos os sábados, às 21h, e domingos, às 20h. O Parlapablog conversou com a atriz Dani Mustafci, que atua ao lado de Fábio Ock na montagem. Confira abaixo a entrevista e agende-se para não perder a curta temporada do espetáculo.


Qual é o símbolo do espartilho no espetáculo?

O espartilho neste texto é um símbolo muito forte e uma metáfora que sintetiza e expressa o conflito da personagem Virgínia. O texto proporciona uma analogia com essa peça do vestuário feminino. A repressão que ela sofre pelo marido, está também no sentido figurado, pois o espartilho a reprime na medida em que aperta, machuca e incomoda, mas ao mesmo tempo realça as curvas e faz a mulher se sentir mais bonita, sensual, com o corpo cheio de curvas e com desejo de ser amada.

O amor pode surgir nas situações mais inusitadas? Como a possibilidade de amar surge na montagem?

Acredito que sim! O amor pode surgir em situações inusitadas e com pessoas inusitadas. As vezes do nosso convívio, às vezes não. Não existe regra. No caso da personagem, Virgínia é uma jovem mulher, romântica, sonhadora e sensível, que deseja amar e ser amada da forma mais simples. Ela busca esse amor mesmo que seja na sua imaginação, na sua fantasia.

Qual é a peculiaridade de José Antonio de Souza em contar esta história?

A própria escrita do Zé é muito peculiar. Tive a oportunidade de ler outras obras suas, romances, ensaios e já o conheço. Ele tem uma forma de expressão peculiar, um jeito poético, suave, sincero e engraçado ao mesmo tempo, e o conhecendo, essas caracteristicas se fortificam. É uma forma de escrever que já consigo identificar, sem saber antes se a obra é dele.

Ambientada nos anos 50, o que a peça revela sobre as manifestações do amor contemporâneo?

Fomos totalmente fiéis ao texto e à época, para dar força a trama e fazer sentido a história que estamos contando. Então nosso cenário, figurinos, adereços são todos de época, assim como o comportamento dos personagens. Obviamente tudo era diferente de hoje, daí podemos ver o quanto evoluímos, o que mudou, como moda, comportamento, etc...
Se tratando da mulher então, nem se fala. A mulher daquela época era pronta para casar, ter filhos e servir ao marido. Hoje a mulher trabalha fora, cuida dos filhos, é independente financeiramente e, muitas vezes, emocionalmente dos homens. Porém, em se tratando de amor, elas
continuam querendo ser amadas, sonham com o casamento e o marido idealizado, pois “o ideal”, não existe... E buscam cada vez mais a felicidade no amor. Isso permaneceu e essa busca pelo amor e pela felicidade, acredito, vai se perpetuar por muitas décadas.

O que o público pode esperar de Espartilho?

O público pode esperar um texto poético, sensível, divertido, emocionante e surpreendente. Que agrada homens e mulheres de todas as idades, pessoas sensíveis, pois entre vários assuntos e polêmicas que o espetáculo pode levantar. O pano de fundo é o amor. Espartilho fala de amor!


Espartilho
Sábados, às 21h, e domingos, às 20h.
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15 (meia)

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