quinta-feira, 13 de agosto de 2009



Seja nosso seguidor no Twitter e participe do sorteio
de convites para O Papa e a Bruxa!

A estréia de O Papa e A Bruxa fez tanto sucesso, que resolvemos fazer sorteios de ingressos para essa semana.

Muita gente passou por lá. Amigos que foram nos prestigiar, profissionais da área, público em geral e imprensa. Foi um enorme prazer ter todas as seções lotadas.

E aproveitamos o ritmo de sucesso, e também atendendo à pedidos, vamos fazer mais uma promoção no Twitter.

Para quem se cadastrar, ou já for cadastrado em nosso Twitter, receberá uma palavra-chave para a o sorteio de 1 (um) par de convites para a sessão de sexta às 21h e 1 (um) par para a sessão de sábado às 19h.

O sorteio acontece amanhã, durante a tarde, pelo Twitter. Fique conectado e participe!

Abaixo, mais dois destaques da peça na imprensa. São as matérias da estréia publicadas no Caderno 2 (O Estado de S. Paulo) e na Ilustrada (Folha de S. Paulo).




Caderno 2 – O estado de São Paulo – 06/08

Trupe aborda a fé na comédia O Papa e a Bruxa, de Dario Fo

Beth Népoli

Há anos provocando o riso com irreverência de palhaço, o diretor Hugo Possolo acaba de fazer uma constatação bastante interessante: “O hábito faz o monge”. Sentiu isso ao se paramentar como papa, cercado de cardeais e padres, personagens da comédia de Dario Fo, O Papa e a Bruxa, que estreia amanhã na sede do grupo, na Praça Roosevelt, com elenco de dez atores, entre eles os parceiros artísticos de longa trajetória Raul Barretto e Henrique Stroeter. “Dá peso esse figurino. É preciso ser muito irreverente, mas completamente responsável para mexer com esses símbolos”.

Bem, antes de mais nada apóia-se em sólida dramaturgia essa nova montagem dos Parlapatões. Afinal, Dario Fo foi um dos raros autores teatrais a ganhar um Prêmio Nobel de Literatura e bebe nas mesmas fontes dos Parlapatões: o humor de origem popular que remete aos bufões e saltimbancos, os cômicos de praças e ruas medievais. E Possolo ressalta: “Não há crítica à fé nessa comédia, mas à manipulação desse sentimento religioso. Quem conhece o grupo, logo teme por adaptações ao estilo meio anárquico dessa trupe, que não tem pudor em brincar com a participação direta do público.

Desta vez, e não é a primeira, não há nenhuma cena interativa, a quarta parede está lá (jargão para definir aquela divisão, invisível, entre palco e plateia). Claro, brincamos com essa presença, fazemos com que se torne visível, mas, embora tenhamos feito adaptações aqui e ali, respeitamos a estrutura do texto, uma comédia de situação, com começo, meio e fim, acontecimentos que se encaixam.

E quais seriam? Estressado com a agenda do dia, na qual constam, entre outros compromissos, uma coletiva de imprensa e uma bênção para 100 mil crianças de países do Terceiro Mundo, que ele teme sejam abandonadas aos cuidados do Vaticano, o papa sofre uma daquelas “travadas” na coluna. Torto, sem conseguir se mexer, só quem consegue curá-lo é uma curandeira de origem africana.

Termina aí o primeiro ato, de 40 minutos, há um intervalo, e depois vem o outro ato, fora do Vaticano, mais 40 minutos. “Parece jogo de futebol”, brinca Possolo. Novamente travado, o papa procura a bruxa em seu local de trabalho, uma clínica para desintoxicação para viciados em drogas. “Chegamos a pensar em fazer um ato só, mas o intervalo tem seu charme, o público conversa sobre o que viu, volta com expectativa”.

Em cena, mescla-se o humor clássico e quase infalível dos disfarces e trocas de identidades, que brota de atitudes e gestos incondizentes com o figurino, vestido e o riso mais ácido, na crítica ao conservadorismo da Igreja. Importante é não amenizar a comicidade corajosa dos bufões. “Para atingir a grande crítica proposta pelo autor, não podemos ceder ao bobinho.”
Atitudes retrógradas, como a proibição de usar preservativos, são prejudiciais à vida.



Ilustrada- Folha de São Paulo – 07/08

Parlapatões chegam à maioridade discutindo política
Sem perder o bom humor e o espírito anárquico, grupo encena texto de Dario Fo que aborda os círculos de poder na Igreja Católica e a manipulação da fé

José Orensteini

Igreja Católica, fé, poder, riso e iconoclastia. Eis alguns dos ingredientes escolhidos pelos Parlapatões para representar "O Papa e a Bruxa", de Dario Fo, e provocar o seu público à reflexão. A peça, que estreia hoje em São Paulo, marca os 18 anos do grupo paulistano de origem circense e clownesca. E é como uma passagem à maioridade, segundo o diretor e ator Hugo Possolo. "Pela primeira vez estamos fazendo uma trama daquelas mais clássicas, com começo, meio e fim", afirma. O contato direto com a plateia, característico dos Parlapatões, é contido nessa montagem pelo que Possolo chama de "uma falsa quarta parede". "Falsa porque a gente rompe com ela às vezes, chega à plateia. Mas a dramaturgia do Fo é rigorosa; para nós, é um desafio ater-se a isso".

Essa busca por novas linguagens faz parte do esforço de reinvenção do grupo nessa "fase adulta", segundo Possolo. "Temos um estilo como artistas, mas não podemos ficar repetindo fórmulas. O sentido é o desafio. A gente vem do circo, né? Você dá um mortal, você quer dar dois."

Prova dos nove

O italiano Dario Fo, Prêmio Nobel de Literatura em 1997, escreveu a peça como uma provocação, em 1989, e sob forte influência da figura de Karol Wojtyla -João Paulo 2º. Na trama, o papa se vê pressionado em seus aposentos no Vaticano a atender milhares de crianças do Terceiro Mundo, que o esperam lá fora, e a jornalistas sequiosos por uma coletiva de imprensa. Mas sua enorme dor nas costas o impede de sair e mobiliza todo o seu séquito. Só uma freira, que aos poucos se revela muito mais que freira, consegue ajudá-lo de fato.

É a chave para o questionamento de ordem religiosa e política proposto pelos Parlapatões. "Queremos dessacralizar a ideia do poder instituído e defender a fé das pessoas, política ou religiosa, da manipulação", conta Possolo. "O pior de tudo é o cara que te vende esperança, te dá migalhas e reafirma que aquilo é a esperança que ele prometeu. Isso é vergonhoso, e o momento histórico do país é ruim por isso: alguém nos prometeu esperança e nos deu mais do mesmo. É o que nos motiva a fazer um teatro mais político." Mas sem perder o bom humor, é claro. "Estamos falando de um espírito de provocação e de debate que seja divertido. Vamos mudar o mundo, sim, mas com alegria. A alegria é a prova dos nove, Oswald de Andrade, já disse muito bem."

SERVIÇO:

Sextas às 21h
Sábados às 19h e 22h
Domingo às 20h

Ingressos

Sextas - R$ 15,00 (inteira) R$ 7,50 (meia)
Sábados e Domingos – R$ 20,00 (inteira) R$ 10,00 (meia)

Espaço Parlapatões
Praça Franklin Roosevelt, 158
Tel.: (11) 3258-4449

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