sexta-feira, 1 de julho de 2011
Aimar Labaki fala sobre Prego na Testa
O Parlapablog conversou com Aimar Labaki, diretor do espetáculo Prego na Testa, solo de Hugo Possolo, dos Parlapatões. A peça segue até o dia 9 de julho, sempre aos sábados, às 23h59, no Espaço Parlapatões. Confira a entrevista abaixo e agende-se para não perder a curta temporada da montagem.
Quais foram as dificuldades (e facilidades) em adaptar o texto corrosivo de Eric Bogosian para a realidade brasileira?
Bogosian escreve sobre a realidade americana. Nós somos parecidos, mas também muito diferentes. O ponto em comum é a humanidade dos tipos. Foi por aí que tentei construir pontes de compreensão.
Como foi trabalhada a questão da interpretação na proposta da montagem? Foram criadas novas cenas e falas durante os ensaios?
Cenas, não. Falas muitas. Agora, então, que não vejo a peça há algum tempo, sabe Deus o que o Hugo está dizendo! A sério: a parceria com Hugo, também neste nível, foi fundamental. Ele não é apenas um excelente ator que se apropria das falas – é um excelente dramaturgo que virou parceiro desta adaptação, mesmo sem assinar.
O que te motivou a traduzir, adaptar e dirigir Prego na Testa?
Nos anos 70, assisti ao filme de Oliver Stone para Talk Radio e me apaixonei. Comprei o texto, traduzi, mas aí cheguei à conclusão que não faria sentido no Brasil. Escrevi então uma peça, ainda hoje inédita, chamada Esporro. Na esteira deste trabalho, li o que pude do Bogosian (coisa que faço até hoje). Quando li Prego na Testa achei a cara do Hugo. Falei para ele. Anos, para dizer décadas depois, nos cruzamos e pintou a certeza: chegou a hora de trabalharmos juntos. E rolou.
Como você vê o riso que o espetáculo provoca?
É um riso nervoso, inteligente, sadiamente incômodo. Como tudo do Bogosian – e do Hugo Possolo. E, não sejamos modestos, meu também.
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